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Tudo sobre a ‘doença do tatu’: o que é; a origem; como é transmitida

Tudo sobre a 'doença do tatu': o que é; qual a horigem; como é transmitida

A carne de tatu selvagem é popular no Brasil, mas novo estudo mostra que quem a come corre o risco de contrair a doença, também conhecida como lepra.

Em um estudo publicado recentemente na revista PLoS Neglected Tropical Diseases, pesquisadores descobriram que 62% dos tatus-galinha apresentaram sinais de exposição à bactéria que causa a hanseníase, também conhecida como lepra ou doença de Hansen.

Tatus-reservatório
Os cientistas suspeitam desde a década de 1970 que os tatus podem hospedar e transmitir a bactéria responsável pela hanseníase, conhecida como Mycobacterium leprae. Mas foi apenas em 2011 que a genética revelou uma correspondência entre as estirpes presentes em pessoas e tatus, em lugares como o Texas e a Louisiana. Foi a prova cabal, por assim dizer, de que as duas espécies estavam passando bactérias de um lado para outro.

Embora seja verdade que os tatus podem servir como um reservatório para a lepra que às vezes pode passar de volta para os humanos, vale a pena notar que fomos nós que lhes passamos a doença em primeiro lugar. “As pessoas trouxeram a lepra da Europa, com os navios que vinham dos colonizadores”, diz Spencer. (Relacionado: “A lepra foi espalhada pelo colonialismo e pelo tráfico de escravos”)

Carne de tatu pode levar à hanseníase e outras doenças
o assunto foi abordado pelo especialista em saúde pública e médico veterinário responsável pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama de Teresina, no Piauí, Fabiano Pessoa. Segundo ele, pesquisas mostram que o tatu é reservatório de inúmeras doenças, entre elas hanseníase, leishmaniose e doença de Chagas. E o risco não está somente em comer a carne do animal, mas também nos atos de caçar ou criar o bicho.

Recentemente, no Piauí, dezenas de pessoas contraíram micose pulmonar ao tentar capturar o tatu, tendo assim contato com o fungo presente no solo próximo à toca. Três pessoas morreram e duas pessoas estão na UTI em tratamento.

A ‘doença do tatu’, que matou adolescente no Piauí
Um adolescente de 16 anos morreu por complicações causadas por uma infecção do fungo coccidioides, que causa coccidioidomicose, condição conhecida como “doença do tatu”, no último sábado (20) em Simões (PI), a 440 km ao sul de Teresina. Ele ficou internado por oito dias e chegou a ser intubado.

O irmão, de 14 anos, e um amigo da vítima, de 22, também foram contaminados e o mais velho está internado em estado grave com dificuldade de respirar. Os três saíram para caçar tatus há cerca de um mês e, em seguida, apresentaram os sintomas da doença.

A coccidioidomicose é um tipo de micose sistêmica, ou seja, é causada por um fungo e adquirida por inalação. Esse tipo de contaminação atinge primeiro os pulmões e tem um quadro semelhante ao da tuberculose, segundo o Ministério da Saúde.

Transmissão
Apesar de ser associada aos tatus, a doença não é transmitida pelos animais aos humanos. A contaminação acontece por meio de inalação do fungo durante manejo de solo contaminado.

Sintomas

  • As pessoas que são contaminadas pelo fungo podem apresentar:
  • Tosse seca;
  • Febre;
  • Dor torácica;
  • Dor nas articulações;
  • Nódulos, manchas ou bolhas na pele.

Tratamento
Ao apresentar sintomas, a pessoa deve consultar um médico para realizar um exame e confirmar o diagnóstico, já que a doença pode ser confundida com outras. Confirmada a contaminação, o tratamento sintomático é feito por meio de medicamentos antifúngicos, a depender da gravidade do quadro, e pode precisar de cirurgia em casos de lesão pulmonar grave.

Referências bibliográficas: Viva Bem; EBC; National Geographic

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