Primeira mulher eleita governadora de Pernambuco, Raquel Lyra vem apostando na articulação com prefeitos e prefeitas como principal base de sustentação política para seu governo. Apesar das dificuldades de relacionamento com parte da Assembleia Legislativa, a chefe do Executivo estadual já conquistou apoio expressivo entre os gestores municipais — um movimento que tem ampliado sua influência no interior do estado.
Dos 184 municípios pernambucanos, Raquel Lyra já conta com o apoio declarado de 25 das 30 prefeitas eleitas em 2024, além de 115 dos 154 prefeitos homens. Isso significa que mais de 140 lideranças municipais estão alinhadas com o Palácio do Campo das Princesas, número que a posiciona com uma das maiores bases de apoio municipalista dos últimos anos no estado.
Entre as prefeitas que defendem publicamente a reeleição da governadora está Eduarda Gouveia, de Carpina, que elogiou a postura próxima de Raquel com os municípios:
“Raquel é uma mulher forte, vem transformando Pernambuco. Posso dizer que Carpina pode contar com ela. Ela olha pelas pessoas que mais precisam, é uma verdadeira municipalista. Conhece de perto as necessidades dos prefeitos e prefeitas e sabe muito bem do que precisamos” — declarou.
O avanço da governadora entre os prefeitos também se reflete no crescimento do PSD, seu partido, que já soma 67 gestores municipais e deve alcançar 70 no início de julho. A expectativa, segundo fontes da Assembleia Legislativa, é de que esse número cresça ainda mais com a janela partidária de abril de 2026, quando deputados estaduais e federais aliados deverão oficializar sua migração para a legenda governista.
Embora ainda enfrente resistência de parte da oposição, sobretudo do PSB — partido de João Campos, seu provável adversário nas próximas eleições — Raquel Lyra tem conseguido consolidar sua base no interior com obras, investimentos em saúde e segurança, e um discurso alinhado à realidade das cidades menores.
Entre as prefeitas de oposição, apenas cinco ainda não aderiram à base da governadora. Três são ligadas ao PSB, uma ao PL e outra ao Republicanos. No entanto, mesmo nesses casos, há sinais de diálogo limitado por fatores familiares ou regionais, não necessariamente por resistência à gestão estadual.
Com o foco na força do municipalismo e na aproximação direta com prefeitos e prefeitas, Raquel Lyra vem consolidando um modelo de gestão que prioriza alianças locais, fortalecendo sua governabilidade e se posicionando com solidez para a disputa de 2026.
