Crônica para o Araripe Notícias — Rádio Pop Brasil FM 93,7
Nesses dias grandes, de fé fervendo nos corações e alma pedindo silêncio, a gente para um pouco pra pensar. Semana Santa, tempo de lembrar o que Jesus fez — e não só lembrar com palavras, com roupa roxa ou encenação. É tempo de sentir de verdade.
Jesus foi crucificado. Pregado num madeiro, por amor. Não por religião, mas por gente. Por mim, por você, por todos. Não importa se você é católico, evangélico, espírita ou de fé nenhuma… a mensagem do sacrifício dEle atravessa qualquer crença, porque fala de algo que tá faltando muito hoje em dia: amor ao próximo, empatia, perdão.
Naquele tempo, os judeus olharam pra Jesus e julgaram. Hoje, será que não somos nós os mesmos? Rápidos pra apontar o dedo, lentos pra estender a mão? Rápidos pra cobrar, mas devagar pra compreender? Somos humanos como eles foram. Mas a cruz continua lá, lembrando que existe um caminho além da vida — um caminho de recomeço, de eternidade, que começa aqui, com as escolhas que a gente faz.
Esses dias santos não são só pra peixe na mesa e novela de época na TV. São pra sacrifício. E sacrifício, hoje, pode ser segurar a língua, pode ser ouvir mais e julgar menos. Pode ser amar alguém que pensa diferente, dividir o pão com quem tem fome, oferecer um abraço a quem só conhece a solidão.
Se a gente quiser mesmo honrar o que Jesus fez, talvez o maior símbolo seja o gesto simples: perdoar de verdade, ajudar de coração, viver com mais propósito. Porque a cruz não foi só o fim. Foi o começo. Um portal pra vida eterna, aberto a todos.
E se a gente pudesse perguntar a Deus Pai e ao Filho que sofreu por nós, será que eles não diriam: “Era isso que a gente queria… que vocês se amassem, se ajudassem, que fizessem valer a pena cada gota de sangue derramado”?
Então, que essa Semana Santa não passe como outra qualquer. Que ela marque. Que ela mude. Que ela nos ensine que mais importante que simbolizar… é sacrificar.
Por Charles Araújo