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Luto infantil: saiba como lidar com crianças em relação à morte

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Explicar a uma criança sobre a morte não é fácil: para lidar com o luto infantil, é necessário ter psicologia e muito afeto. Como a pessoa nessa faixa etária está desenvolvendo a área cognitiva e emocional, os efeitos da perda de um ente querido são diversos.

Assim como a situação é delicada para o adulto, se não houver um suporte adequado, as crianças podem apresentar problemas psiquiátricos dependendo das pessoas que perderam. Além disso, o importante é eliminar as crenças erradas, pois a criança tem sua própria maneira de entender o processo da morte.

A seguir, você vai aprender como lidar com esse assunto durante a infância. Boa leitura!

Entenda a perda para as crianças

Perder um ente querido é uma dor comum a adultos e crianças, porém com alguns sentimentos distintos, devido à compreensão do fato. Na infância, esse pode se tornar um momento marcante, que causará a primeira ruptura de sua vida dependendo de que maneira vai absorver a experiência.

Os pequenos passam pelas mesmas fases de negação, barganha, raiva, depressão e aceitação que os adultos experimentam, porém com demonstrações diferentes. É a rede de apoio dos adultos que os deixará mais preparados para lidarem e entenderem a dor, pois tudo dependerá da idade:

  • entre 0 e 3 anos: a criança não entende a morte, então não se preocupa com isso — no entanto, ela pode desenvolver ansiedade devido às alterações de comportamento dos familiares e amigos próximos;
  • entre 3 e 5 anos: para a criança, a morte é algo que pode ser revertido (como se a pessoa desaparecesse por um tempo, mas depois retornasse);
  • entre 5 e 6 anos: nesta idade, ela associa a morte a mágicas, fantasmas, bruxas. Ainda não há a compreensão de que se trata de algo sem volta;
  • entre 7 e 10 anos: a criança inicia sua compreensão e passa a enxergar a morte como uma ida sem volta, começando a fazer questionamentos a respeito do assunto;
  • dos 11 anos em diante: o pequeno assimila o que é a morte e a aceita como algo natural.

O apoio e a abordagem que se dá ao falecimento de alguém próximo da criança vão prepará-la para as perdas normais da vida. Um acompanhamento criterioso evita que ela cresça complexada ou traumatizada.

Lide com o luto infantil

As necessidades das crianças enlutadas se diferem das dos adultos devido à capacidade de entendimento. Por isso, permita que ela se sinta amada e protegida, para que cresça um adulto saudável emocionalmente.

Seja transparente quanto à morte

Não minta dizendo que a pessoa falecida está dormindo, foi viajar ou virou estrelinha, pois a criança esperará seu retorno — que não acontecerá. Fale a verdade de forma que ela possa entender.

Fale sobre a dor da perda

A criança geralmente não sabe esconder seus sentimentos, portanto estimule-a a dizer o que está pensando e aquilo que gostaria de fazer. Mostre que você tem os mesmos sentimentos.

Recorde a pessoa que morreu

Não diga para a criança esquecer o ocorrido. Faça diferente: incentive as lembranças de momentos bons, agradáveis e engraçados com o falecido. Veja fotos ou vídeos e vá comentando de forma suave, para que suas recordações sejam positivas.

Estimule a criança

Normalmente, a perda de pais, avós e irmãos pode fazer com que a criança fique perdida, se sentindo abandonada conforme o ambiente em que convive. Converse e dê a ajuda necessária para que, com o tempo, ela vá digerindo a dor e entendendo melhor tudo o que houve.

Explique a morte

Infelizmente, não temos respostas sobre o que acontece depois que morremos. Se para os adultos já é complicado entender, imagina para uma criança? Questionamentos vão surgindo, portanto mostre que ninguém tem uma resposta certa para isso e explique que cada pessoa acredita em algo ou tem uma religião que faça sentido para si.

Informe a morte de alguém

Seja verdadeiro, não minta e evite esconder o falecimento de alguém importante para a criança. Também não diga frases feitas, como “vovó foi viajar”. Ela pensará: “que viagem é essa que a vovó nunca volta”? O que for dito por você será construído em sua mente como verdade. Então, converse com calma e muita paciência.

Caso a pessoa esteja com uma doença terminal, explique a situação para a criança. Diga que ela não vai se curar e que o fim da vida dela será a morte (algo natural pelo qual todos passarão um dia). Faça uma analogia com o feijão no algodão, que nasce, cresce, vive e, depois, morre.

Se houver uma morte inesperada, informe o que realmente aconteceu, tire as dúvidas da criança e deixe-a externar suas emoções. Mas sempre observe suas atitudes perante o pequeno, para evitar traumas.

Filó Notícias by Charles Araújo
Assessoria de Comunicação
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