Desse jeito, desconheço minha cidade, e aqui “não é Petrolina”, é terra de bang-bang

Infelizmente, já se foi há muito o tempo em que nós, moradores de Petrolina, olhávamos para a capital do nosso Estado com um misto contraditório de inveja e sentimento...

Infelizmente, já se foi há muito o tempo em que nós, moradores de Petrolina, olhávamos para a capital do nosso Estado com um misto contraditório de inveja e sentimento de superioridade. Tínhamos o sentimento um tanto humilhante de quem reconhece que está nos últimos vagões do trem do progresso, atrasado, portanto, em relação à cidade mais avançada e evoluída. Mas, paradoxalmente, acreditávamos que éramos superiores em um ponto: havíamos optado decididamente pela qualidade de vida. E, tendo feito essa opção inteligente, sentíamos-nos muito superiores aos habitantes do grande centro urbano.
A vida, realmente, em Petrolina,  sempre foi muito mais agradável do que nas grandes cidades. Falar em crime organizado, em gangues, em tráfico de drogas, tudo isso era impensável até alguns anos atrás! “Organizações criminosas”, “associações criminosas”, milícias ,eram termos ainda incomuns. Continuávamos a lidar com as “pequenas quadrilhas”.E isso nos orgulhava muito, a nós que nascemos e vivemos boa parte de nossas vidas nesta que se tornou um grande atrativo de cidade.

Hoje, entretanto, tempo de computador e celulares, esse quadro está muito mudado. As condições da vida moderna, com a facilidade dos transportes e das comunicações, alteraram o nosso modo de viver interiorano. Petrolina cresceu, *virou palco de escândalos  na politica e de atentados contra jornalistas e políticos.
Nossa cidade cresceu a ponto de termos quase tudo o que pode ser encontrado nas grandes capitais: escolas excelentes, de todos os níveis de ensino, desde o fundamental até o universitário; hospitais modelares, alguns deles constituindo pontos de excelência reconhecidos em todo o Brasil e até no Exterior; Agronegócio forte, empresas com grandes potenciais  migraram das capitais para a terra dos impossíveis à procura de melhores condições de trabalho e tributações mais vantajosas, oferecidas pela prefeitura; ótimos restaurantes, shopping center movimentado e bem abastecido, atrações culturais dos mais variados tipos.

Atualmente, e sobretudo após a disseminação da Internet de banda larga, um interiorano está tão ligado aos grandes centros da cultura universal quanto um morador de qualquer capital. Não existe mais nenhuma diferença. Mas há sombras nesse quadro de luzes, pois também os vícios de convivência das cidades grandes chegaram nessas bandas, que está perdendo rapidamente a qualidade de vida.
O tráfico de drogas, a violência e a insegurança já nos atingem em níveis preocupantes.  A continuar crescendo na mesma intensidade os índices de homicídios, em menos de 10 anos em Petrolina poderão ser maiores do  que na capital ou na região metropolitana.

Nesta quarta-feira,11, um episódio ocorrido aqui nas nossas barbas atraiu todas as atenções.  Um simples secretário executivo do governo municipal foi alvo de vários disparos de arma de fogo, desferidos por um desconhecido. O motivo do atentado não se sabe. Apenas uma série de especulações vazias. Aonde vamos parar?

Fonte: A língua
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