A principal aposta do governo Lula (PT) para tentar melhorar sua imagem diante da rejeição crescente no país, o programa “Voa Brasil”, teve desempenho muito abaixo do esperado. Lançado com o objetivo de democratizar o acesso à aviação, o projeto vendeu apenas 44.190 passagens (de trecho único) em 12 meses — um número insignificante perto da meta de 3 milhões de passagens, segundo dados do Ministério de Portos e Aeroportos.
Anunciado com quase um ano e meio de atraso, o programa só foi lançado oficialmente em 24 de julho de 2024, o que já sinalizava problemas. Por enquanto, apenas aposentados do INSS têm direito a comprar passagens por até R$ 200 o trecho. Justamente esse público, que enfrenta perdas e cortes no INSS, virou o único foco da iniciativa.
Além disso, a prometida ampliação para outros grupos, como estudantes, nunca aconteceu. A gestão do programa também deixa a desejar: o próprio ministério evitou responder sobre o retorno financeiro e jogou a responsabilidade para as companhias aéreas.
Entre as vendas registradas, a Latam liderou com 19.674 bilhetes, seguida pela Gol com 17.717 e pela Azul com 6.766. O resultado parece ter beneficiado mais as companhias aéreas do que os usuários, já que os voos oferecidos costumam ser os de menor procura — horários e rotas pouco atrativas, direcionadas a um público vulnerável.