O Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo IBGE, mostrou uma realidade difícil em várias cidades de Pernambuco. O levantamento atualizou os Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) e destacou os municípios com os piores resultados nas áreas de saúde, educação e renda.
Carnaubeira da Penha, no Sertão do São Francisco, tem o menor IDH-M do estado, com índice de 0,487. Logo depois aparecem Paranatama (0,509), Jaqueira (0,510), Santa Filomena (0,519) e Casinhas (0,522). Também estão entre os dez piores índices: Pedra, Ilha de Itamaracá, Inajá, São José da Coroa Grande e Jataúba — todas com IDH-M abaixo de 0,530, o que é considerado muito baixo.
O IDH-M leva em conta três pontos principais: expectativa de vida, acesso à educação e renda. Nessas cidades, a combinação de baixa escolaridade, pouca estrutura de saúde e falta de oportunidades de trabalho reforça um ciclo de pobreza que já vem de muito tempo.
Em Carnaubeira da Penha, por exemplo, a renda média da população está entre as mais baixas do estado. O índice de alfabetização e o número de pessoas com acesso ao ensino superior também são muito baixos. Na saúde, o problema é parecido: falta estrutura básica e profissionais especializados.
Segundo especialistas, essas cidades sofrem com o abandono de políticas públicas de longo prazo, falta de investimentos e pouca presença do Estado. “Esses números mostram as desigualdades que ainda existem no interior de Pernambuco. São lugares que precisam de atenção e planejamento específico por parte dos governos”, disse um pesquisador do Ipea.
Mesmo com alguns projetos estaduais e federais tentando melhorar a situação, os avanços ainda são lentos. A esperança é que, com os dados atualizados do Censo 2022, os gestores consigam tomar decisões mais certeiras e colocar em prática ações que realmente façam a diferença na vida dessas populações.
Charles Araújo, com informações do IBGE e Portal de Prefeituras