Em um pronunciamento histórico, o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu na noite de terça-feira a responsabilidade de Portugal em crimes contra escravos e indígenas durante o período colonial no Brasil.
Este reconhecimento marca a primeira vez que um presidente português assume tal culpa. Rebelo de Sousa já havia mencionado a necessidade de desculpas por parte de Portugal no passado, referindo-se à escravidão transatlântica e ao colonialismo, mas apenas agora propôs explicitamente reparações.
Portugal, conhecido por ter sido o maior traficante de africanos durante a era colonial, enviou quase 6 milhões de pessoas para escravidão, principalmente para o Brasil e o Caribe. O presidente destacou a importância de assumir “total responsabilidade pelos danos causados“, que incluem massacres de indígenas e a escravidão de milhões de africanos, além de saques de bens.
Rebelo de Sousa não detalhou como as reparações seriam realizadas, mas enfatizou a necessidade de Portugal compensar pelos atos não punidos e pelos bens não devolvidos. A discussão ocorreu em uma sessão com correspondentes estrangeiros, onde o presidente expressou o compromisso do seu país em lidar com essas questões pendentes, potencialmente abrindo caminho para futuras políticas reparatórias.