Após seis meses sem abastecimento de água em Santa Filomena, cidade localizada a 715 km da capital Recife, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), do Governo do Estado, ainda não demonstrou interesse em buscar alternativas para minimizar os efeitos da prolongada estiagem que afeta o município.
Por Charles Araújo
O colapso da Barragem Paulo Coelho, que abastecia a cidade, ocorreu em julho de 2022. Na época, a Compesa realizou uma reunião com a Prefeitura local e comprometeu-se a adotar medidas alternativas para garantir o fornecimento de água à população da sede do município. Entre as soluções apresentadas, estava o abastecimento porta a porta por meio de carros-pipa. Contudo, essa ação não foi executada de forma eficaz, deixando os moradores sem outra opção além de pagar pelo fornecimento de água particular.
O custo é alto: famílias que possuem cisternas em suas casas precisam desembolsar, em média, R$ 130 por uma carrada de 7.000 litros. Já aquelas que não têm cisternas acabam pagando cerca de R$ 30 por um tambor de 200 litros, quantidade que muitas vezes não dura sequer uma semana. Enquanto isso, a conta mensal de água da Compesa, que deveria garantir o abastecimento, varia entre R$ 130 e R$ 200 por usuário, mesmo sem o fornecimento regular.
Seis meses de espera
A seca continua castigando o Sertão pernambucano, e as chuvas que caíram nos últimos três meses foram insuficientes para reabastecer grandes reservatórios, como a Barragem Paulo Coelho e o Açude do Governo, responsáveis pelo abastecimento da cidade.
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O caos
Uma adutora que, anteriormente, fornecia uma pequena vazão de água do Rio São Francisco está atualmente desativada, devido à falta de manutenção.
Depois de seis meses sem qualquer ação emergencial, a falta de água parece ter se tornado “normal” em Santa Filomena. Enquanto isso, a Compesa não oferece nem mesmo uma perspectiva de retomada do serviço de abastecimento, deixando a população desamparada em meio à crise hídrica.

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