A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) publicaram um estudo afirmando que as crescentes ondas de calor registradas no planeta indicam que crises humanitárias graves devem ocorrer nos próximos anos.
De acordo com o documento, até o fim do século, a mortalidade causada pelo calor extremo será similar à “de todos os cânceres”.
Documento elaborado pela ONU aponta que aumento de temperaturas médias com alta nos termômetros pode causar movimentos migratórios em massa e perdas irreparáveis para a humanidade.
“Todos os anos, milhares de pessoas morrem pelas ondas de calor, um fenômeno que se tornará cada vez mais mortal à medida que as mudanças climáticas se acentuam”, enfatizam Martin Griffiths, chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), e Jagan Chapagain, secretário-geral da FICV.
Essas ondas de calor também levam à migração de populações. Cerca de 1.1 milhão de pessoas tiveram que se mudar por conta de eventos relacionados a temperaturas extremas entre 2008 e 2020.
O artigo, chamado ‘Calor Extremo: Preparando-se para ondas de calor no futuro’, também alerta que esses movimentos migratórios podem intensificar casos de desigualdade social ao redor de todo o planeta.
Contudo, o documento também aponta para uma salvação: o compromisso das nações com o desenvolvimento sustentável. Caso os países se esforcem para alcançar a meta de aumento de temperatura média do planeta nos próximos anos, os efeitos dessas terríveis mudanças podem acabar sendo menos intensos (mas certamente ainda existirão).
“A coisa mais importante que pode ser feita para evitar um futuro de desastres de calor em larga escala é honrar o compromisso de manter o aquecimento global bem abaixo de 2°C”, acrescenta a publicação.